Estamos felizes com a finalização do processo. Em pouco
menos de um mês nossa peça foi montada e com muito amor, carinho e esforço.
Fazer teatro sem padrinhos, em Salvador, dói! Dói tanto, que às vezes vem à
mente desistir. Mas não sabemos fazer outra coisa. Até tentamos outras
profissões, mas o desempenho não é 100% satisfatório. E seguimos na
insistência... Provocando vocês!
Para esse momento de finalização dos trabalhos em 2011,
encerro com o pensamento de Mabelle Magalhães, que vive Solange, sobre o
Cipriano.
"A pobreza é feia, inconveniente e chocante. Mas é real
e desesperada com uma hemorragia, minando as forças de um país que parece
fechar os olhos para aqueles sofrem toda a vulnerabilidade da pobreza. Resta a
esses excluídos sobreviver como é possível. Dizem que no amor e na guerra vale
tudo. Eu creio que na pobreza e na guerra vale tudo. Por que a pobreza é uma
guerra sem fim, contra todas as mazelas de estar eternamente desprotegido. Bom,
mas esses pensamentos são os meus e não os da minha sofrida personagem
(Solange) que tem me dado enorme trabalho, pois é cheia de nuances e máscaras.
Define-se por um alter ego chamado Solange do Tererê, a que faz “mizera”. Mas
não passa de uma menina revoltada e traumatizada (sem ter o luxo de saber
disso), a qual nunca alcançará qualquer coisa parecida com vingança ou
reparação, pois seus algozes, tão vitimados e bestializados como ela, são: a
senil e decrépita Maria, o bêbado enlouquecido João e um falecido, portanto,
sem voz, Francisco. Os gritos enfurecidos de Solange são como o choro ignorado
de Nininha (uma possível continuação da mãe). E como diz Maria à enfermiça
neta, chorar, chorar com força, porque é só o que resta para esses
personagens.”
Por Mabelle Magalhães
Aos que
desejarem, podem nos deixar críticas, elogios, sugestões. Todas serão lidas e
respondidas com muita atenção. Até 2012, quando voltaremos a cartaz...
Obrigado!