terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Nova Montagem da Companhia...

2010 com mudanças de planos...



A Priore, a idéia era começar o ano com a montagem do texto de Eugène Ionesco, A Cantora Careca. Daí, a mudança para o texto VASSOURA ATRÁS DA PORTA OU QUARTO NÚMERO NADA, do diretor artístico da Companhia: Tássio Ferreira. Ainda na estética do absurdo, essa nova montagem deve estrear em Março, aqui em Salvador. Breve divulgaremos datas e o teatro.



Um pouco sobre a peça....



Vassoura Atrás da Porta ou Quarto Número Nada, retrata uma fatia do mais novo cotidiano de dois pacientes: P1 e P2, dentro de uma enfermaria de um hospital público. Bastante humorados: vezes brigam, vezes lamentam seu estado moribundo, reclamam o atendimento hospitalar, esperam, esperam, e, esperam. Duas enfermeiras responsáveis pelos dois, interferem, vez ou outra para dar recomendações, contra-indicações, e zelar pelos pacientes.

Um texto inspirado no universo do Teatro do Absurdo, sobretudo aos procedimentos dramatúrgicos extremamente diferentes de Eugène Ionesco e Samuel Beckett. Uma crítica forte funcionalismo público, no que diz respeito à saúde, um questionamento as ciências. Até que ponto existe essa precisão científica, essa supervalorização que é dada? Além de colocar à mesa os valores humanos, que, imediatamente trazem consigo esse referencial do divino, tão questionado no renascimento e que ganha nova significação, em nosso século XXI.



Os ensaios começaram ontem, e a coisa promete. Temos a diretora Edivânia Lima, como convidada neste processo a ser Co-Diretora do espetáculo, além da incorporação de Diana Paiva à equipe, trabalhando como Asssistente de Direção.


um trecho do texto:

Personagens:

P1
P2
Enfermeira 1
Enfermeira 2



Cenário:

Uma vassoura atrás da porta e uma janela próxima ao paciente 1. Duas camas hospitalares. Branco. Vazio.




P1. Eu já pedi que fechassem a janela. Venta muito, e, eu sinto frio no pé.


P2. Mas o atendimento é mesmo precário, só tomamos banho uma vez por semana.


P1. Eu não entendo porque não deixam as cartas aqui. A gente tem que ler, e devolver.


P2. Minha cabeça coça muito.


P1. Você reclama demais!


P2. Não, você que reclama!


P1. Não, é você!


P2. Não, o reclamão é você!


P1. Tá, assumo que sou eu. (pausa) É o que resta.



P2. E resta alguma coisa?


P1. Resta muita coisa.


P2. É o que eu perguntei.


P1. Foi o que respondi.



P2. Você respondeu e não disse nada.


P1. Você é muito excêntrico. Isso me irrita profundamente.


P2. Quem se irrita profundamente sou eu! Sou obrigado a ouvi-lo todos os dias, todas as horas, todos os minutos...


P1. E os segundos!


P2. Cale a boca!


Silêncio.


P1. Já pedi que fechassem à janela. Venta muito e, eu sinto frio no pé.



P2. Você não tem algo mais criativo?


P1. Só se eu voasse pelo quarto.


P2. Seria bom!


P1. É, seria.


Breve, mais notícias do espetáculo...