sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Novo Processo de Montagem... OS SINOS (baseado na peça "Os Sinos", de Marcos Barbosa)


Pois bem, ontem oficializou-se o primeiro encontro que impulsiona a nova montagem da Companhia. Nos inspiramos na peça "Os Sinos", do premiado dramaturgo Marcos Barbosa. A peça foi escrita em Forteleza, em 1997, através da oficina de dramaturgia com Luís Carlos Maciel. No mesmo ano Marcos Barbosa ganha seu primeiro prêmio com a referida peça - Prêmio Oficina do Ator.


Nessa nossa montagem, mexemos no texto, recortamos, criamos relações que não existiam... Ou melhor, estamos descobrindo isso tudo na sala de ensaio. Tenho certeza que muita coisa pode mudar. De ante mão, existe uma preocupação com os rituais na peça, sobre tudo o ritual do Luto, da morte. Trabalharemos com o "vestir" desse luto, com o "vestir" as dores. As imagens também nos interessam... Trablharemos sempre cuidando da plástica da cena.


A peça, nos moldes que compomos, traz um retrato de uma típica família tradicional de interior. Valores morais e católicos inabalados, preocupação com o que os outros pensam, e uma reputação a zelar. Daí, não precisa dizer muita coisa... O teatro vai se utilizar disso tudo para criar personagens e sitauções dramáticas que detonem essa ordem. A situação é tão extrema que culmina na morte da jovem Ana, que será velada durante toda a peça.


Mas não entregaremos as coisas assim... Acompanhem os próximos capítulos....

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O QUINTO CRIADOR: O PÚBLICO



Me perdoem a informação que havia postado. Na verdade o espetáculo/evento ainda não iniciou! Só estreia em Outubro. E acabei de ser convidado para integrar a equipe dos dramaturgos. A ideia é que a cada dia o público ajude na criação dos espetáculos que serão criados ao vivo. Um intercâmbio cênico entre técnicos, atores, dramaturgo, diretores, cenógrafos, iluminadores etc... Deve render um bom caldo. O projeto já aconteu há alguns anos, e está sendo revitalizado pela minha amiga e super competente Cristiane Barreto.

Não deixem de ir.. Breve divulgo maiores informações

Tássio Ferreira

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Bons ventos sopram...

      2012... Após algum tempo sumidos, estamos voltando as atividades. Em crise, buscando novos diálogos, novos espaços de encenação, tentando não ser sucumbidos pela nossa cidade querida, que menospreza e tenta calar os marginalizados... Que cerceia a liberdade de expressão, que finge ser e acontecer, e faz com que a grande maioria creia nisso, num solfejo doutrinário! Seguiremos, mesmo sem ser ouvidos!
         O investimento agora gira em torno da temática "A Família".  O diálogo sobre a família desdobra dois pontos interessantes: a questão da violência e da manipulação. Acerca disso, já é possível perceber esse jogo violento e manipulatório em "Cipriano" - nossa última montagem. O meio influencia o homem, a pobreza puxa a pobreza e nem sempre o bem vence o mal. João é envolvido e se deixa envolver pelo álcool, pelo fanatismo religioso, através do qual busca uma fuga para a realidade perversa de sua casa. Maria, solfeja a morte, com a vã esperança que a mesma chegue o mais rápido possível e sane suas mágoas. Solange é o retrato irretocável na juventude brasileira: leviana, inconsequente, violentada e por que não dizer, vítima!
Na verdade tanto a violência como a manipulação são comportamentos que facilmente encontramos nas famílias brasileiras. E tantos exemplos são narrados todos os dias nos programas de televisão, nos jornais e em outros meios de comunicação, todavia com o sistema capitalista que furta o tempo do homem a cada dia que segue, este não percebe esses jogos travados no cotidiano. A televisão banalizou tais problemas sociais com os programas sensacionalistas, os quais não causam mais impactos em nós quando assistimos as referidas notícias trágicas. A escola pública já não consegue dar conta de fornecer um amparo educacional e moral, sendo utilizada com "depósito de problemas sociais".
           Mas o teatro tem uma magia peculiar que transforma o que muitas vezes é banal em um grande tema de reflexão. Sinto-me contemplado nas palavras de Mendes (2008), quando diz que o drama contemporâneo continua a oferecer, graças à mágica exata e sutil da representação, um tipo específico de experiência que conjuga ludicamente o êxtase de um ritual e o prazer de compreender. 

É importante ainda salientar que o teatro que se propõe  a encenar tais propostas cumpre sua função social quando traz para discussão problemas sociais atuais, que muitas vezes são velados pelas políticas públicas – que insistem em não olhar para esse social. Os Hedônicos anseiam por coloca à mesa famílias brasileiras, que muitas vezes se encontram em estado de miséria e/ou atingidas por um esfacelamento sócio/cultural, que as obriga a agir com violência. Neste sentido, investiremos em encenações que convidem a uma reflexão geral sobre como as relações familiares brasileiras são construídas, pautadas na manipulação e na anulação de uns por outros.
  

Que a lua inspire nossas noites de trabalho! Breve divulgaremos concretamente as novidades!!!